26 de dezembro de 2011

A Padronização do Urbanismo



  A célula base do Império era a cidade, portanto à medida que o império crescia fundavam-se ou reestruturavam-se as cidades de acordo com as necessidades administrativas e dos padrões urbanísticos romanos.
 A organização das cidades seguia um cuidadoso planeamento rectilíneo e racional, articulando-se a partir de 2 ruas principais, o cardo (direcção norte-sul) e o decumanos (este-oeste) que normalmente convergiam na praça pública o Fórum – centro administrativo e religioso da cidade – o verdadeiro coração da cidade. Aqui encontravam-se os principais edifícios da cidade, a cúria – onde se reunia o Senado - e a basílica – auditório reservado para reuniões políticas e comerciais e também de tribunal.
 Era também no fórum ou nas suas imediações que se erguiam os templos mais significativos. A este eram acrescentados novas praças - os fóruns imperiais - reflectindo a vontade de dotar Roma de um conjunto monumental que espelhasse a glória da cidade e dos seus imperadores. Aliás, a monumentalidade é uma das características mais salientes das cidades romanas, patente tanto em edifícios utilitários (aquedutos, circos, anfiteatros), como em obras meramente decorativas ou comemora-tivas (estátuas, arcos de triunfo, colunas).

  O sentido utilitário do urbanismo romano revelou-se ainda na arquitectura dos espaços urbanos distinguindo-se vários elementos consoante a função:
à Lazer: termas (estabelecimentos públicos onde se podia tomar banhos de água quente, fria e tépida, receber massagens, fazer depilação, praticar desporto, ler e conviver socialmente); anfiteatros (locais de duelo entre gladiadores e entre homens e feras); circos (estádios usados para corridas e carros puxados a cavalos); teatros (locais para a representação de tragédia, comédia e farsas, também utilizados para reuniões políticas dos cidadãos.

à Comemoração: Arcos do Triunfo, colunas etc.

à Serviço à cidade: cúria, basílica, templos (religião politeísta exigia que estivessem espalhados por todo o Império afim de também neles se prestar culto ao imperador. Seguiam o modelo arquitectónico romano), aquedutos (construções para transportar e abastecer a cidade a partir dos reservatórios naturais), bibliotecas, mercados públicos, domus, insulae, pontes, estradas e rede de esgotos.    

 As domus, casa particular, onde moravam os cidadãos mais ricos e que, em Roma, se espalhava pelas colinas; e a insula, prédio de aluguer. Possuidora de um jardim interior e de outras comodidades e luxos, a domus em tudo contrastava com a alta e frágil insula, em tijolo e madeira, que facilmente se degradava e ruía com frequência, quando não era vítima de incêndios.
Os passeios eram largos, as vias ligeiramente inclinadas para facilitar o escorrimento das águas em caso de cheias e havia passadeiras para que em caso de inundações os peões não molhassem os pés, que permitiam também a passagem das carroças.

Roma foi sempre um caso à parte em termos de planificação urbanística, quer pelo seu gigantismo, quer pela forma, um pouco anárquica, como foi crescendo.
 Dispersas por três continentes, com particularidades próprias segundo a sua região e a sua antiguidade, as cidades romanas partilharam, no entanto, um padrão urbanístico comum. Todas são reconhecíveis pelo seu fórum, pelas suas calçadas de pedra, pelo mesmo tipo de casas, as mesmas termas. Todas mostram o mesmo desejo de monumentalidade, erguendo templos sumptuosos ou aque­dutos colossais. Enfim, todas, apesar das suas diferenças, seguem o mesmo modelo: Roma, berço do Império, a cídade por excelência.

7 de outubro de 2011

Resposta a um leitor

No passado dia 6 de Outubro, um leitor do nosso blog que se identificou por "Anónimo" pediu-nos para publicar um artigo, segundo tanto percebemos, sobre a vitória do Cristianismo sobre o império, isto é, a sua liberalização e instituição como religião oficial.

Estamos neste preciso momento, estamos a trabalhar no assunto e publicaremos dentro poucas horas.

Agradeço a todos a vossa visita, e ao leitor em questão esperamos que da próxima encontre o que procura no nosso blog.



   

4 de outubro de 2011

Resposta a pedido: Mapas da cidade de Roma

Não se era se era isto que tinha mente, mas foi o que encontramos mais adequado ao pedido. Obrigado por ter visitado o nosso blog. Volte sempre.

Ficheiro:Rome004.JPG


Planta da Roma nos tempos da República.

13 de setembro de 2011

Adeus Férias...Olá Aulas!

  Infelizmente, para nós encerram aqui as nossas férias de Verão. Amanhã começa um novo ano lectivo: 11º ano cá vamos nós!!! Regresso às aulas é sinónimo de menos tempo dedicado ao blog, esperamos que compreendam.  

Aqui fica a promessa de actualizações no mínimo mensais (isto na pior das hipóteses).

Bom regresso às aulas! 


Gratias vobis ago (que é como quem diz "obrigado" em latim) a todos pela vossa companhia e força !!!

10 de setembro de 2011

Desenhos do Império

Para os pequenos fãs colorirem...

Marcos do Império

Antes de Cristo 


753 a.C. - Reza a lenda que a cidade foi fundada pelos gémeos Rómulo e Remo, fruta da relação da mortal de Reia Sílvia com o deus Marte. Segundo esta, foi com um arado que ele desenhou os limites de Roma. Nos seus primórdios, a cidade foi governada por um regime monárquico.

509 a.C. - A cidade encontrava-se dividia entre os patrícios e plebeus. Uma revolta patrícia depôs o rei Tarquínio, o Soberbo (o último rei de origem etrusca) terminando dessa forma a monarquia. Inícia-se a República Romana.
471 a.C. -  Criação do cargo de Tribuno da Plebe.

450 a.C. -  Promulgação da Lei das XII Tábuas.

367 a.C. -  Lex Licinia Sextia - Os plebeus conseguem acesso ao cargo de cônsul.

326 a.C. - Surgiram as primeiras grandes obras: o Circo Máximo; o primeiro aqueduto e a Via Ápia, a grande estrada que permitia a movimentação de tropas.


275 a.C. - Começou o período de conquistas. Roma domina as cidades gregas a sul da Península Itálica, dominando-a por inteiro.

218 a.C. - Cartago invadiu a península Itálica. Neste âmbito, comandante Aníbal venceu três grandes batalhas.

149 a.C. Roma ocupa a Península Ibérica e derrota Aníbal, arrasando Cartago. No mesmo ano, as tropas romanas conquistaram a Grécia.

133 a.C. - Roma assume o controle total do mar Mediterrâneo.

104 a.C. - Consulado de Caio Mário.

81 a.C. - Ditadura de Sila.

73 a.C. -  gladiador Espártaco liderou uma rebelião de escravos, que construíram uma vila aos pés do monte Vesúvio. Este venceu o exército romano sete vezes, antes de ser derrotado.

63 a.C. - Roma controla Jerusalém e  anexa a Palestina ao Império. Esta passa a ser conhecida como a província da Judeia.

59 a.C. - Júlio César e Pompeu se uniram-se ao rico comerciante Marco Licínio Crasso formando o Primeiro Triunvirato.

49 a.C.Á morte de Crasso os dois generais supracitados declaram guerra um ao outro. César vence e  declara-se ditador.

47 a.C. - César invadiu o Egipto e proclama Cleópatra rainha.

45 a.C. - O ditador contratou o astrónomo egípcio Sosígenes para criar um novo calendário de 12 meses (conhecido por isso por calendário Juliano).

44 a.C. - César foi assassinado na sequencia de uma conspiração  liderada pelo seu sobrinho e pelo filho adotivo Bruto. Ao descobrir a conspiração, ele teria dito ao traidor a famosa frase: "Até tu, Bruto, meu filho?"

43 a.C.-  Segundo Triunvirato

31 a.C. -  Eleito seu sucessor, Otaviano lutou contra os generais romanos para assumir o poder.

30 a.C. -  Depois de ser derrotada Cleópatra suicidou-se e o Egipto foi anexado ao Império Romano.

27 a.C.: - Otaviano recebeu o título de Augusto.  Nos 41 anos seguintes do  seu reinado, Otaviano pôs fim a séculos de conflitos, iniciando um período de 200 anos de paz e prosperidade, a chamada Pax Romana.

0 -  Nascimento de Jesus em Belém, na Judeia


Depois de Cristo 

33 -  Morte de Jesus Cristo.

37 -  Morre o imperador Tibério, e sobe no mesmo ano ao poder Calígula. Este nomeou o seu cavalo Incitatus senador do império e mandou esculpir sua própria cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma. Foi assassinado quatro anos depois.


64 - Incêndio de Roma. Uma das versões sobre as causas do incêndio aponta o próprio imperador Nero como culpado, que por sua vez culpou os cristãos

70 -  O imperador Tito destruiu Jerusalém. O Segundo Templo foi destruído.


24/8/79 -  O vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrando as cidades de Pompeia e Herculano durante o reinado de Tito.

117 -  Sob o governo de Trajano, Roma conquistou a Britânia e alcançou sua maior extensão territorial, englobando o sul da Europa, o Mediterrâneo, o Egipto, o Norte da África, a Gália, parte da Germânia, Mesopotâmia e atuais Bulgária, Roménia, Grécia e Turquia.

126 -  Sob o governo de Adriano foi concluída a muralha, entre a Britânia e o território dos pictos, um pouco ao sul da atual fronteira entre Inglaterra e Escócia.

193-285Crise do século terceiro.

212 -  O imperador Caracala  através da Constitutio Antoniniana (também conhecida como Édito de Caracalla, ou Édito de 212) concedeu a cidadania romana a todos os habitantes livres do império.

303  -  O número de cristãos já se situava nos 15 milhões.   Diocleciano (último imperador pagão) promoveu uma nova grande perseguição.

313 - Através do Édito de Milão, o imperador Constantino I acabou com a perseguição aos cristãos e declarou que o império não tem mais uma religião oficial.

330 -  O imperador Constantino I reconstruiu a cidade grega de Bizâncio (atual Istambul),  que a considerava a "Nova Roma". A cidade passou a ser conhecida como Constantinopla.

337 -  Após a morte de Constantino, os seus três filhos governaram o império a partir de Constantinopla, Augusta Treverorum (atual Trier) e Mediolanum (atual Milão)

395 -  Morre do imperador Teodósio I, último a governar o império unificado. Os seus filhos Flávio Augusto Honório e Arcádio, governaram respectivamente o Império Romano do Ocidentee o Império Romano do Oriente.

410 - Saque de Roma pelos visigodos.


452 -  Liderado por Átila, os hunos invadiram a península Itálica, mas não chegaram a Roma.

455 - Os vândalos, germanos que migraram para o sul, instalaram-se no norte da África (actuais Líbia, Marrocos e Tunísia) e saquearam Roma. 

476 - Odoacro, líder dos bárbaros germânicos Hérulos derrubaram Rómulo Augusto, o último imperador romano, então com 15 anos de idade. Os historiadores em geral consideram este evento como o fim do Império Romano do Ocidente e o início da Idade Média. O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, ainda se estenderia até1453.


846 -  No auge da decadência, a cidade de Roma ficou com apenas 30 mil habitantes. Hoje tem 2,5 milhões de pessoas. 

1453 -  Os turcos otomanos invadiram Constantinopla e derrubaram o Império Romano do Oriente ou Império Bizantino. Inicia-se o período renascentista. 

29 de agosto de 2011

Vídeo Síntese do Império Romano (II partes)


Encontrei-os no Youtube (abençoado) e claro que não podíamos deixar de os partilhar convosco!  A História em versão desenhos animados tem outro gosto. Esperemos que gostem. 

26 de agosto de 2011

A apologia do Império: a poesia épica e a História


O principado de Augusto, e, de uma forma geral, todo o século I d. C corresponderam a uma época de grande brilho cultural.
   
 O imperador transformou Roma num verdadeiro centro artístico, pois sabia que das artes dependia a imortalização dos seus feitos e da sua glória. Não só alte­rou a fisionomia da cidade, enchendo-a de obras de arte e construções monu­mentais, como chamou para a sua corte poetas e escritores a quem cumulou de provas de amizade e de bens materiais. Um dos grandes amigos do imperador, Mecenas , reuniu também, junto de si, os maiores talentos literários da época e de tal forma os incentivou que o seu nome ficou para sempre ligado à protecção das artes, falando-se, ainda hoje, de um mecenas e de mecenato.

 Acarinhada pelas altas esferas do poder, a literatura latina conhece então o seu apogeu. Poetas como Virgílio, Horácio e Ovídio, criaram obras que se tornaram modelos lite­rários nos séculos seguintes.
 
 Esta protecção das letras não era, todavia, completamente desinteressada. Octávio incentivava os autores a exaltarem as virtudes da sua pessoa e os benefícios do seu reinado. Deste modo, a poesia fez-se também eco da gló­ria de Roma e da grandeza do príncipe, actuando como um poderoso meio de propaganda imperial.  

  • A poesia épica


De entre todos os poetas contemporâneos de Augusto destaca-se Públio Virgílio Maro que dedicou os últimos sete anos da sua vida a uma grande obra épica, a Eneida, que se tornou o poema nacional por excelência onde faz um cântico às origens de Roma e à sua vocação conquistadora misturando tradições lendárias e factos históricos, enaltecendo o povo romano, em geral, e o imperador, em particular, ele  vando-os  a uma condição superior, a uma  ascendência divina

De um modo geral visava a glorificação do Império e dos feitos do Imperador.

  • A História


 As inúmeras vitórias dos Romanos e a grande tenacidade que demonstraram na construção do seu império impressionaram, desde cedo, os historiadores. Assim, a História revestiu uma feição pragmática, procurando justificar a sua evolução (de pequeno povoado a grande império), domínio e pôr em evidência a sua acção civilizadora. Este objectivo está presente nas obras de Políbio, Títo Lívio, Lácio entre outros.

  Foi o historiador Tito Lívio aquele que mais glorificou a História sua pátria. Deixou nos uma imensa obra, que abrange toda ã Historia de Roma, desde a fundação da cidade até ao ano 9 a. C.-

  Os relatos históricos eram impregnados de um patriotismo ardente e a profunda crença no destino grandioso de Roma.



17 de agosto de 2011

Togas há muitas seu palerma !

  Como qualquer conhecedor desta incrível civilização sabe, a toga era uma peça de vestuário característica da Roma Antiga. Tudo indica que se trata de uma peça de roupa de origem etrusca.


Ficheiro:Toga (PSF).png
Numa fase inicial, a toga apresentava uma  morfologia rectangular e curta. Mais tarde, evoluiu para uma forma semicircular, vendo igualmente o seu tamanho aumentado consideravelmente: a toga chegou a atingir aproximadamente 6 metros no lado recto e 2 metros de largura, pelo que era difícil de usar. Por essa mesma razão, os romanos  mais abastados  pelo que os romanos mais ricos possuíam um escravo encarregado de ajudar nesta tarefa - o uestiplicus.

A toga funcionava como uma marca, distinguindo o cidadão romano de terceiros. Por esse mesmo motivo, o seu uso estava vedado a  estrangeiros e escravos. As mulheres romanas também usaram togas, mas estas paulatinamente foram sendo substituidas pela stola (uma espécie de vestido). A partir da  República a toga passou a ser usada apenas pelas mulheres condenadas por adultério.

Existiam vários tipos de toga, associadas a diferentes funções e estatutos:

  • Toga pura ou uirillis (Toga Viril)- era um toga lisa, feita de lã branca. Esta era usada pelos homens romanos assim que atingissem a idade adulta. Este toga tinha um simbolismo particular.  Vesti-la significava a passagem da infância para a adolescência. 

  • Toga praetexta – esta era um tipo de  toga branca que apresentava uma banda larga de cor púrpura. Era usada por rapazes que ainda não podiam usar a toga uirillis, pelos jovens que ainda eram solteiros, bem como pelos principais magistrados e pelo sacerdote.

  • Toga candida - toga de um branco imaculado, era envergada pelos candidatos a cargos públicos.

  • Toga picta ou purpurea - usada pelos triunfadores e mais tarde pelo imperador.

  • Toga sordida ou pulla - era a toga dos pobres e do réu quando se apresentava no tribunal (servindo neste caso a toga para inspirar um sentimento de piedade).

  • Toga trabea -  toga toda púrpura ou ornamentada com riscas horizontais cor de púrpura. Era usada pelos áugures e sacerdotes durante os actos rituais. Os deuses eram também representados envergando esta toga.

Para os pequenos fãs do império...

Andava a vaguear na Internet quando encontrei  este brinquedo e não resiste em postar. Pode dizer-se que é uma sugestão de Natal adiantada.   

5 de agosto de 2011

Jogos do Império

Estes foram alguns passatempos que criamos há 2 anos. Podem tentar resolver (são muito fáceis).
As palavras estão ao contrário.

DA
I.            AMOR                                          
II.            RASÉC
III.            RODAREPMI
IV.            ADARTSE
V.            OREN
VI.            RETIPUJ
VII.            AGOT
VIII.            OTSUGUA
IX.            ODANES
X.            SEOIGEL

Completa as letras em falta. Usa as pistas.

à Legado Romano
                   
__UM__RAÇ__ __
RO__A__A

à Vestígio Romano; Estas foram muito importantes no seu tempo.

__S__RA__AS

à Forma de governo que existiu durante anos em Roma.

MO__A__Q__ __ A

à “Coração” de todas as cidades Romanas.


F__ __ __M


à      Língua oficial do Império.

__A__IM

à Deus romano dos mares.

­­__EP__U__O