29 de junho de 2011

A progressiva extensão da cidadania

  A plena cidadania romana (civitas) implicava um conjunto de direitos civis e políticos que incluíam, entre outros, o direito de contrair matrimónio, o direito de proceder a actos jurídicos, o direito de possuir terra e de a transaccionar, o direito de votar e o de ser eleito para as altas magistraturas. Implicava também deveres, como o de servir no exército e o pagamento de determinados impostos ao Estado.

 Até ao século I a.C., a categoria de cidadão romano – Direito Romano - estava reservada unicamente aos naturais de Roma e seus descendentes e a quem se distinguisse pelo seu mérito ou pelos bons serviços prestados a Roma exercendo uma magistratura, até ultrapassar um número de cidadãos necessários ao bom andamento do governo. Algumas regiões usufruíam do Direito Latino como Itália, a primeira a ser conquistada, que não lhes permitia exercer magistraturas.  

  Em de 49 a.C. a cidadania estendeu-se a todos os homens livres da Península Itálica, continuando a vigorar o Direito Latino em algumas regiões
 Este processo de progressiva elevação das províncias e dos seus habitantes ao mesmo estatuto dos seus dominadores concluiu-se, em 212 d. C., quando o imperador Caracala concedeu a plena cidadania romana a todos os habitantes livres do Império.
  Num processo lento, mas irreversível, soube estabelecer a igualdade entre os povos conquistados e o povo conquistador.

  Este facto, sem paralelo na História dos impérios antigos, contribuiu como nenhum outro para a unidade do mundo romano.

De Político para Político (é um bom conselho)

21 de junho de 2011

O Império Romano e o Cristianismo - Veículos de difusão do Cristianismo

 Nos próximos dias publicaremos alguns textos informativos,  bem como documentos históricos e historiográficos respeitantes a esta a temática.
 No primeiro analisaremos de que forma a organização social, territorial e cultural romanas contribuíram para a rápida expansão da nova fé.




  Após a morte de Jesus, a mensagem cristã difundiu-se rapidamente beneficiando de uma conjectura social e política muito propícias. Assim podemos atribuir o sucesso da expansão cristã a uma excelente rede de estradas, que facilitou a circulação dos discípulos e dos ideais cristãos; à unidade linguística do império, que facilitou a transmissão desses mesmos ideais; neste seguimento, uma intensa obra evangelização por parte dos apóstolos, quer pelas suas viagens, quer pela redacção dos quatro evangelhos do Novo testamento; ao “apostolado” de S. Paulo e de S. Pedro; à existência de comunidades judaicas (diáspora), um pouco por todo o Império, que acolheram bem este novo credo, por ser também monoteísta; o descontentamento e a insatisfação gerais da população romana devido às desigualdades sociais existentes; os valores defendidos pelo Cristianismo eram sinónimos de esperança para os povos oprimidos; a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; a existência de numerosas cidades; o cárter universalista da mensagem, uma fé que propõe que a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas a um povo escolhido; o ideal de paz pregado pelos cristãos; e por último a corajosa resistência dos mártires cristãos, que, em tempos de perseguição enfrentavam as torturas mais cruéis.

Outro factor coadjuvante foi a crise que a própria religião tradicional romana, atravessava nessa época. Excessivamente formal e ritualista, incapaz de dar respostas satisfatórias às inquietações dos homens, que procuravam expectativas de felicidade no Além. A aliar a esta crise religiosa, as correntes filosóficas que circulavam, espalhavam a ideia de um Deus único, supremo e transcendente, adubando o caminho para o monoteísmo.
   A cidade de Jerusalém foi o centro da primeira comunidade cristã até à sua destruição pelos Romanos em 70 d. C., por ordem de Tito, que mandou destruir também o templo. O centro do movimento cristão irradiou então a sua influência a outros núcleos urbanos da Palestina. No entanto ironicamente a sua expansão foi mais limitada na Palestina do que noutras partes do Império. Devido a perseguição movida pelas autoridades religiosas judaicas, e à morte do primeiro mártir, Estêvão, o Cristianismo começa a conquistar os judeus dispersos por todo o Império Romano, ganhando força sobretudo nas províncias orientais do Egipto, da Ásia Menor e da Grécia. A conversão dos judeus de Alexandria, Éfeso, Antioquia e Corinto abriu as portas para a conversão dos povos pagãos.
  No que diz respeito ao ocidente formou-se uma importante comunidade em Roma em meados II d.C..  Nas Gálias, a expansão cristã teve como eixo principal o vale de Ródano. Também chegou à Germânia e à Britânia. Na remota Hispânia, expandiu-se de forma inicial nas áreas romanizadas, sob a influência de Roma e do vizinho cristianismo africano.
   Num determinado momento, os cristãos sem raízes judaicas ultrapassaram em número os judeus cristãos. A acção do apóstolo Paulo neste sentido foi crucial. Paulo de nasceu judeu, com estatuto de cidadão romano, mas pouco depois da morte do mártir Estêvão converteu-se ao Cristianismo, acabando por se tornar um dos principias instrumentos de transmissão da mensagem de Cristo aos gentios através das suas Epístolas direccionadas às comunidades cristãs.





16 de junho de 2011

Panteão de Roma

Excerto de um documentário do Canal História. Click no link para vizualizar (legendas em português).

Escultura

  As obras de escultura são, em Roma, muito numerosas, multiplicam-se nos fóruns, nas ruas, nos monumentos. Os ricos adornam com elas as suas casas, quer em Roma, quer nas províncias que, em escala mais modesta, imitam a capital. Mas os escultores deixam que a criatividade dos artistas helénicos domine a produção estatuária, limitando-se muitas vezes a reproduzir réplicas de grandes obras gregas, sem no entanto deixar de imprimir nestas o seu cunho: o realismo.
Os romanos esculpem com tal realismo expressividade que nos conseguem transmitir o carácter do modelo! Estas características evidenciavam-se sobretudo no retrato romano que acentuava os defeitos, as características fisionómicas dos olhos e das sobrancelhas, da boca, do cabelo, bem como as marcas do tempo…ao contrário dos gregos que se preocupam com o idealismo e com a perfeição, os romanos não esbatem as imperfeições. A escultura teve também como último fim a glorificação do imperador.


The works of sculpture are in Rome, very numerous, multiply in the forums, in the streets and monuments. The rich adorn their homes with them, whether in Rome or in the provinces in a more modest scale, they imitate the capital. But the sculptors let the creativity of artists dominate the production Hellenistic statuary, often limiting themselves to reproduce replicas of major Greek works, without leave its imprint on these print: realism.
The Romans sculpted with such realism and expressiveness that we can convey the character of the model! These characteristics are evidenced in the picture aboveRoman accentuated the defects, the physiognomy of the eyes and eyebrows, mouth,hair, and the marks of time ... unlike the Greeks who worry about the idealism andperfection , the Romans did not blur the imperfections. The sculpture also had the last end the glorification 
of the emperor.


O culto a Roma e ao Imperador

 Quando foi proclamado princeps, Octávio aceitou também o título de Augusto que acrescentou ao seu nome, título até então reservado aos deuses. Este título passou para os seus sucessores, estabelecendo-se a divinização do imperador.

  Os romanos acreditavam que os seus dirigentes, especialmente em épocas dificultosas, eram protegidos e orientados pelos deuses.  As honras prestadas aos generais vitoriosos assumiam um carácter religioso. Por isso Octávio, temendo que o excesso de apreço pela sua pessoa prejudicasse o seu governo, autorizou o culto à sua pessoa nas províncias e às suas virtudes, isto é, ao benefícios que o seu governo trouxera, a Vitória, a Paz, a Liberdade e Justiça Augustas etc…  em Roma.

   Quando Octávio morreu, em 14 d.C, o Senado concedeu-lhe o epíteto de divus e criou um corpo de sacerdotes, augustais, para assegurar o seu culto.  Até a própria família do imperador foi divinizada, multiplicando-se por todo o império templos dedicados ao culto imperial.

  O culto imperial foi desde logo associado à deusa Roma, figura feminina armada.

   O culto a Roma e ao imperador tornou-se um importante elemento de união política. Verdadeira devoção cívica foi capaz de unir os diferentes povos do império.  

Um mundo de cidades

 A cultura romana estava intimamente ligada à cidade. A cidade era a célula base do império. Consideravam as cidades como células ideais de administração, já que nelas se concentravam as instituições governativas
 Assim se entende que uma das primeiras tarefas, após a conquista, fosse a reconversão ou a criação de centros urbanos: nas regiões Orientais, como na Grécia, onde o sistema de cidade já era antigo, os Romanos souberam respeitar a sua forma de funcionamento limitando-se a introduzir pequenas alterações; nas regiões Ocidentais como a Gália ou a Península Ibérica, onde as cidades eram raras ou mesmo inexistentes, os Romanos apressaram-se a criá-las proporcionando-lhes as condições necessárias ao seu desenvolvimento. Por isso as cidades do Ocidente são mais parecidas com Roma do que as do Oriente.
 Roma era a urbe por excelência, o centro de poder, e o coração do Império, constituindo um paradigma para as outras cidades.
 O Império Romano era um mundo de cidades dotadas de relativa autonomia, capazes de resolver localmente muitos dos seus problemas. Daí dizer-se que o império era uma federação de cidades.

Roman culture was closely linked to the city. The city was the basic unit of the empire. They considered cities as ideal cells for administration, focused on them as the institutions governing
  Thus it is understood that one of the first tasks after the conquest, was theconversion or creation of urban centers: in Eastern regions such as Greece,where the system of the city was ancient, the Romans knew how to respect theirway of functioning limiting to introduce small changes, in regions such asWestern Gaul and the Iberian Peninsula, where cities were rare or nonexistent, the Romans rushed to create them by providing them the necessary conditionsfor its development. So the cities of the West are more like Rome than those in the East.
  Rome was the metropolis par excellence, the power center, and the heart of the Empire, providing a paradigm for other cities.
  The Roman Empire was a world of cities with relative autonomy, able to solvemany of their problems locally. Hence to say that the Empire was a federation of cities.



4 de junho de 2011

Presságios e Superstições

 Os Romanos, à semelhança de outros povos, tentavam conhecer a vontade dos deuses examinando as entranhas dos animais sacrificados, especialmente o fígado. Previam-se também o futuro, observando o voo das aves nomeadamente dos abutres e dos corvos. 


The Romans, like other nations, trying to know the will of the gods by examining the entrails of sacrificed animals, especially the liver. It also predicted the future by observing the flight of birds including vultures and crows.


Animais versus Remédios

 Se um romano fosse mordido por uma aranha, utilizavam para combater a febre e o entorpecimento que se seguia à mordedura  por exemplo o seguinte remédio :  esmagavam na parte do corpo mordida o corpo da aranha, ou na falta da última cobriam o ferimento com um pedaço da sua teia.

 Acreditava-se que a mordedura da aranha poderia tornar uma mulher infértil. Era por isso aconselhado ir rapidamente a Roma oferecer um sacrifício ao templo de Magna Mater.


If a Roman was bitten by a spider, used to control fever and numbness that followed the bite for example the following remedy: crushed part of the body in the body of the spider bite, or in the absence of the last covered the wound with a piece of its web.

  It was believed that a spider bite could make a woman infertile. It was thereforeadvised to go to Rome soon to offer a sacrifice to the temple of Magna Mater.